A repartição dos hemisférios cerebrais em 4 lobos é baseada nos principais sulcos da convexidade, o sulco central ou de Rolando e o sulco lateral ou de Sylvius.  O sulco de Rolando separa  os lobos frontal e parietal. O sulco de Sylvius delimita o lobo temporal dos dois acima. O lobo occipital, na convexidade, não é demarcado por um sulco, e sim por uma projeção do sulco parieto-occipital, situado na linha média e não documentado neste espécime. Clique para exemplos (1)(2). 

separa os giros pré-central (motor) e pós-central (sensitivo somestésico) e, portanto, os lobos frontal e parietal.  É o primeiro a se formar na convexidade cerebral, e chama a atenção pela sua linha nítida e contínua. Não chega à fissura interhemisférica, ficando separado da mesma pelo lóbulo paracentral.  Ver o sulco de Rolando em cérebros de adulto e de recém-nascido a termo.

onde parte da leptomeninge foi acidentalmente removida. Observa-se a superfície lisa, pálida e homogênea do parênquima cerebral, e os sulcos ainda incipientes como depressões rasas.  Nas áreas com leptomeninge, esta contém os ramos da artéria cerebral média emergindo do sulco lateral ou de Sylvius e divergindo para irrigar a convexidade cerebral.  Para territórios de distribuição das artérias cerebrais, clique.

nota-se a desproporção entre os hemisférios cerebelares, ainda pequenos, em relação ao tronco cerebral. Os hemisférios cerebelares são de origem filogenética recente (neocerebelo) enquanto as estruturas do tronco são evolucionalmente mais antigas.   Vale a regra 'a ontogênese repete a filogênese', ou seja, no desenvolvimento embrionário e fetal são recapituladas as mesmas etapas da evolução da espécie. 

Na face inferior dos hemisférios cerebrais, ramos da artéria cerebral posterior emergem do seu tronco situado na cisterna ambiens ou perimesencefálica, e aqui oculta pelo tronco cerebral. Para territórios de distribuição das artérias cerebrais, clique.

pelos hemisférios cerebrais denotam o caráter simplificado das estruturas, com sulcos ainda incipientes e giros largos. O caráter brilhante se deve ao alto grau de hidratação do tecido, que dificulta ou impossibilita secagem adequada. Tentativas podem destacar fragmentos, arruinando a superfície de corte.  Notar a falta de distinção entre substância branca e cinzenta, devida à virtual ausência de mielina nesta fase do desenvolvimento. 

O afastamento dos folhetos do septo pelúcido cria uma cavidade entre os cornos anteriores dos ventrículos laterais, não raro maior que eles.  É habitual na vida fetal, conhecida como cavum septi pellucidi e cavum vergae.  Este é extensão posterior do cavum septi pellucidi e nunca ocorre isoladamente. São normais no feto, mas podem persistir de forma anômala até a vida adulta.

Ref. Osborn AG.  Diagnostic Neuroradiology. Mosby, St. Louis, 1994. p. 422.

Após secção horizontal do mesencéfalo, o rombencéfalo (porção posterior do encéfalo, formada por tronco cerebral e cerebelo) foi cortado sagitalmente na linha média. Observa-se o vermis cerebelar, com suas folhas ainda imaturas (menos ramificadas, mais espessas), e a continuidade entre o aqueduto cerebral e o IV ventrículo.  Mesmo no tronco cerebral, é notável a virtual ausência de estruturas mielinizadas, que apareceriam brancas. Isto é atribuível à alta imaturidade do espécime.  Chamam a atenção os pequenos vasos que cursam em sentido ântero-posterior e paralelo pelo bulbo e (aqui menos nitidamente) pela ponte. São ramos perfurantes das artérias vertebrais e basilar para o tronco cerebral. 

Aqueduto cerebral (Sylvius) (5)
Artéria basilar (3)
Artéria cerebral anterior (2)
Artéria cerebral média (1)
Artéria cerebral posterior (3)
Bulbo (3)
Bulbo, vasos perfurantes (5)
Bulbo olfatório (3)(4)
Cavidade do septo pelúcido (cavum septi pellucidi) (4)
Cerebelo (1)
Cerebelo, hemisfério (3)
Cerebelo, vermis (5)
Corpo caloso, corpo (4)
Corpo caloso, rostro (4)
Córtex cerebral (4)
Fissura interhemisférica (2)(3)(4)
Giro pós-central (1)
Giro pré-central (1)
Giro reto (3)
Lobo frontal (1)(2)(3)(4)
Lobo occipital (1)(3)
Lobo parietal (1)(2)

Bibliografia : 

• Machado ABM. Neuroanatomia Funcional. 2a. Ed., Livraria Atheneu, São Paulo, 2006. 
• Netter FH. Atlas of Human Anatomy, 2nd Ed., Novartis, East Hanover NJ, 1997. 
• Truwit CL, Lempert TE. High Resolution Atlas of Cranial Neuroanatomy. Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, 1994. 
• Williams PL, Warwick R (eds). Gray's Anatomy, 36th Ed. Churchill Livingstone, Edinburgh, 1980.

Índice alfabético das estruturas listadas, com links às figuras