Este volumoso tumor cerebelar
numa criança de apenas dois meses e meio (com toda probabilidade
congênito) demonstrou na histologia uma rara variedade de meduloblastoma,
o meduloblastoma de extensa nodularidade. O melhor insight sobre
as relações do tumor com o cerebelo é obtido nos cortes
sagitais com contraste, que mostram intensa impregnação acompanhando
a periferia do vermis cerebelar, como uma fita. O centro do cerebelo é
hipointenso em T1, hiperintenso em T2 e revela no FIESTA vários
cistos confluentes. Há grande aumento de volume do cerebelo, hérnia
transtentorial ascendente e hérnia de amígdalas. Cortes
axiais e coronais mostram que as alterações concentram-se
no vermis e áreas limítrofes dos hemisférios, estando
a periferia destes poupada. O tumor causa forte efeito de massa,
compressão do IV ventrículo e do aqueduto mesencefálico,
levando a grande hidrocefalia supratentorial.
Em correlação
com o exame histológico,
as áreas impregnadas que lembram folhas cerebelares espessadas corresponderiam
à extensa infiltração leptomeníngea pela neoplasia.
O córtex cerebelar imaturo e a substância branca não
se impregnam. A íntima relação entre o tumor
e a camada granulosa externa, esta ainda muito evidente nesta tenra idade,
apoia a origem do meduloblastoma nas células daquela camada.
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