Hematoma  subdural  crônico
(duas peças)

 



 

 
Peças SN-58 e SN-54.   Hematoma subdural crônico.  Ambas peças mostram exemplos de hematoma subdural crônico encontrados na autópsia.  Na de cima (SN-58) foi conservada uma metade da calota craniana. O hematoma aparece como uma lesão elevada na superfície interna da dura-máter. Esta parece constituida por dois folhetos. O externo é a própria dura. O interno é a cápsula que se formou em volta do hematoma. (A cápsula obviamente formou-se também na face externa, mas esta se confunde com a dura). 
Na peça embaixo (SN-54) a dura-máter foi retirada em parte junto com o cérebro. O hematoma, sendo líquido (ver abaixo), escoou-se, deixando uma cavidade de superfície interna lisa e tonalidade ferruginosa (hemossiderose). O cérebro mostra uma grande depressão envolvendo quase toda a metade posterior do hemisfério, o que testemunha a pressão exercida crônicamente pelo hematoma, levando a atrofia permanente. 

 
HEMATOMA  SUBDURAL  CRÔNICO

            Os hematomas subdurais se formam após traumatismos cranianos em que há lesão das 'bridging veins': veias que drenam a convexidade cerebral e são tributárias do seio sagital superior. São veias de paredes delicadas, que, vindas do espaço subaracnóideo,  atravessam o espaço subdural. Quando se rompem, forma-se um hematoma no espaço subdural, com forma de lente biconvexa, que comprime o cérebro. Se o hematoma é grande (hematoma subdural agudo), pode causar hérnia de uncus. Porém, se o traumatismo é leve, e principalmente em idosos, o acúmulo de sangue pode ser pequeno. Com o tempo, há lise da fibrina e das hemácias e o hematoma se transforma em líquido achocolatado. Há formação de tecido de granulação em volta do mesmo, que gradualmente leva ao aparecimento de uma cápsula fibrosa, delimitando o hematoma tanto na face externa (correspondendo à dura-máter) quanto na interna (junto da aracnóide). O volume do hematoma crônico pode aumentar através de pequenos sangramentos provenientes do tecido de granulação, ou por passagem osmótica de líquor para o interior. O cérebro é gradualmente comprimido e sofre atrofia. Clinicamente, pode haver paresia (paralisia parcial) dos membros da metade contralateral do corpo, sonolência e deterioração do estado mental, até o coma. O tratamento cirúrgico é geralmente bem sucedido, pois o hematoma, sendo líquido, pode ser esvaziado através de uma trefina (abertura pequena) no crânio e incisão na dura-máter. 


 
Aprenda mais sobre este assunto em:   Textos de apoio

Neuroimagem: 
hematomas epidurais,  subdurais agudos, subagudoscrônicos, intracerebrais    


 Banco de imagens:  hematomas  epidurais, subduraisintracerebrais
 

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