Hipocampo normal  -  Cromogranina
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Série de 11 páginas  sobre histologia e imunohistoquímica do hipocampo humano   normal em material de autópsia. Página índice da série.    Clique para HELFB-Nissl, imunohistoquímica para neurônios :  MAP2, NF, SNF, cromogranina; para astrócitos : GFAP, VIM;  para vasos : CD34;  para micróglia : CD68, HAM56Texto sobre estrutura do hipocampo, texto e esquema sobre conexões do hipocampo
Destaques  da  imunohistoquímica  para  cromogranina.     Empregado para este preparado - Anticorpo contra cromogranina A, policlonal de coelho anti-humano, DAKO, diluição 1:2300, em tampão citrato pH6. 
Lâmina escaneada.  Setor CA1 Transição CA1 - CA2
CA2 CA3 CA4 - neuropilo
Giro denteado Corpo geniculado lateral   Cauda do núcleo caudado
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Cromogranina. Lâmina escaneada. 

Cromogranina, uma proteína associada a vesículas de neurotransmissores com centro denso (para breve texto, clique), apresentou padrão de reação notável na formação hipocampal, diferente de outros anticorpos, mas que já havíamos observado em um hipocampo estudado para placas senis. Houve forte positividade nos setores CA2 a CA4 da formação hipocampal, detalhados a seguir. Esta foto obtida com 600 dpi (dots per inch). Próxima com 1200 dpi. 

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Cromogranina.   Nota-se leve positividade no córtex da face medial do giro parahipocampal, que se acentua levemente na camada piramidal do setor CA1. A marcação torna-se mais intensa no setor CA2, atingindo o máximo nos setores CA3 e CA4. Nos detalhes a seguir, observa-se que em CA1 há positividade citoplasmática de parte dos neurônios piramidais. Em CA2 virtualmente todos são fortemente positivos.  Em CA3 e CA4 os corpos celulares são negativos, mas há intensa marcação intersticial no neurópilo, atribuível às fibras musgosas (axônios dos neurônios granulosos do giro denteado).   Há positividade também na cauda do núcleo caudado e no corpo geniculado lateralReferências bibliográficas sobre cromogranina no hipocampo. 
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Setor CA1.    Aqui documentado ao nível do ângulo do corno inferior do ventrículo lateral, mostra marcação citoplasmática moderada dos neurônios piramidais. Estas células de contorno triangular têm dendrito apical dirigido internamente e axônio em orientação oposta, que penetra no alveus, a camada de substância branca que reveste o hipocampo na superfície ventricular.  A marcação dos neurônios é irregular, havendo células praticamente negativas. A proporção de neurônios não marcados aumenta em direção à transição para CA2. 
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Transição CA1 - CA2.     Aqui nota-se brusca mudança de comportamento dos neurônios praticamente negativos em CA1 (à esquerda) para intensa marcação citoplasmática em CA2 (metade direita da foto).  Há proporção maior de neurônios fortemente positivos à medida que se avança para CA2, sem células com positividade intermediária. Os neurônios marcados têm aspecto tigróide do citoplasma, como se a reação se concentrasse nos corpúsculos de Nissl.  Tem-se a impressão de que a marcação demonstra a proteína (cromogranina) ainda na sua fase de síntese nos ribossomos. 
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Setor CA2.   Neste curto setor do córtex hipocampal os neurônios estão mais concentrados, ocupando uma faixa mais estreita que em CA1, onde estão mais dispersos. A orientação é paralela e radial, com dendritos em direção interna (para baixo na foto) e axônios entrando no alveus (em cima). Em aumento forte, notar o caráter tigróide da reação no citoplasma. Neurônios não marcados são raros aqui. Núcleos sempre negativos. 
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CA1, CA2.   Neurônios  cromogranina positivos.    Aqui fotografados com objetiva de imersão para melhor detalhe da positividade citoplasmática.  Foram rodados de 180 graus, mostrando dendritos apicais para cima. 
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Setor CA3.   Neste  setor do córtex hipocampal os neurônios descrevem ampla curvatura em direção ínfero-medial (para baixo e à direita na foto), até penetrarem no hilo do giro denteado, fazendo transição para o setor CA4.  A orientação radial dos corpos celulares piramidais se mantém, como em CA1 e CA2. Há uma curiosa mudança da reação para cromogranina, pois a positividade citoplasmática diminui, mas toma seu lugar uma forte marcação do neurópilo, atribuída às fibras musgosas (axônios dos neurônios granulosos do giro denteado). A mesma marcação é vista em CA4 (quadros abaixo).  Para  literatura, ver : 
  • J. Marksteiner et al. Distribution of chromogranin B-like immunoreactivity in the human hippocampus and its changes in Alzheimer’s disease.  Acta Neuropathol (2000) 100 :205–212. 
  • Kandlhofer S et al.  Chromogranins in temporal lobe epilepsy. Epilepsia (2000) 41 Suppl 6:S111-4.
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Setor CA4.   Nesta região terminal do córtex hipocampal, também conhecida como endfolium, os neurônios estão como que cercados ou 'encurralados' pelos neurônios granulosos pequenos do giro denteado, que se dispõem em paliçada formando uma barreira, com abertura (ou hilo) em posição superior. O que mais chama a atenção é a positividade para cromogranina, de aspecto floculento, entre os corpos celulares dos neurônios hipocampais. Este material é atribuído às fibras musgosas (mossy fibers), que são axônios altamente ramificados dos neurônios granulosos. Os focos de positividade se encontram entre os neurônios hipocampais de contorno poligonal de CA4, e chegam a circundá-los. 
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* Zona molecular  do  córtex hipocampal

- uma camada formada pela fusão dos strata radiatum, lacunosum e moleculare, que foi chamada de zona molecular por Ramon Y Cajal e Lorente de No. Para mais detalhes sobre a estrutura do córtex hipocampal, clique. 

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Neurônios de CA4 e neurópilo.    Os neurônios são polimórficos, de contorno irregular, arredondados, ovalados ou poligonais, sem orientação radiada ou paralela, ao contrário dos setores CA1 a CA3. A positividade intersticial para cromogranina, atribuída às fibras musgosas, é distribuída irregularmente no neurópilo, freqüentemente em proximidade com os neurônios, podendo circundar alguns. A marcação citoplasmática  dos neurônios é fraca ou ausente (com raras exceções) (comparar com CA2). 
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Giro  denteado.    Os neurônios granulosos do giro denteado são pequenos, alongados ou fusiformes e dispõem-se lado a lado em 3 ou 4 camadas, com dendritos dirigidos externamente à convexidade do giro e axônios (fibras musgosas) para os setores CA4 e CA3.  Só alguns neurônios mostram positividade para cromogranina. 
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Corpo  geniculado  lateral.    Ao contrário da cauda do núcleo caudado, abaixo, no corpo geniculado lateral a positividade é no citoplasma dos neurônios, sendo o interstício praticamente negativo. Neste interstício estão fibras mielínicas da via óptica que chegam para fazer sinapse nos neurônios do núcleo. Os neurônios mostram disposição em camadas, e tendem a contorno globoso com escassos prolongamentos dendríticos. A marcação para cromogranina dá aspecto tigróide às células, como já notado nos neurônios do hipocampo, particularmente os de CA2. O achado lembra a disposição dos corpúsculos de Nissl do citoplasma.  Para corpo geniculado em peças macroscópicas, com seu clássico contorno 'em chapéu de Napoleão', clique (1)(2)(3)(4)(5). A estrutura em camadas é também visível em cortes de celoidina. Para o corpo geniculado lateral em outras técnicas, clique.
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Cauda do núcleo  caudado.    A cauda do núcleo caudado , um núcleo da base que junto com o putamen forma o striatum, destaca-se pela positividade para cromogranina no teto do corno inferior do ventrículo lateral. A marcação é quase toda no neurópilo, sendo os corpos celulares fracamente positivos ou negativos. Portanto, a positividade deve ocorrer nas sinapses. Para aspecto macroscópico em peças, clique (1)(2)(3)(4)(5)(6). Para o cauda do núcleo caudado em outras técnicas, clique.
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  HE LFB-Nissl MAP2
Página índice da série
NF SNF Cromogranina GFAP
VIM CD34 CD68 HAM56
Textos : Estrutura do hipocampo, 
giro denteado, subículo,
conexões do hipocampo, esquema.
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Agradecimentos.       Cortes histológicos e HE pelo técnico Aparecido Paulo de Moraes. LFB-Nissl pelo técnico Sérgio Roberto Cardoso (in memoriam). Preparações imunohistoquímicas realizadas no Laboratório de Pesquisa pelas técnicas Ana Claudia Sparapani Piaza, Luzia Aparecida Magalhães Ribeiro Reis e Arethusa de Souza.  Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP
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