Ganglioglioma bifrontal supracaloso com componente  de  neurocitoma central. 
7. Microscopia eletrônica - neurônios.
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Fem. 64 a.  Clique para  :  página de resumo, breve história clínica e exames de imagem
Componente de ganglioglioma: macroscopia, esfregaço, parafina HE
colorações especiais : LFB-Nissl, Masson, Reticulina
imunohistoquímica para astrócitos : GFAP, VIM;  imunohistoquímica para neurônios :   MAP2, NF, cromogranina, SNF, tubulina, NeuN; CD34, Ki67, p53
microscopia eletrônica : neurônios, dendritos, axônios, sinapses, astrócitos, corpos granulosos, vasos.
Componente de neurocitoma central:  HE, GFAP, VIM; NF, SNF, cromogranina, MAP2, NeuN; nestina, CD34, Ki67, p53
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Material para microscopia eletrônica deste caso foi obtido da excisão cirúrgica do tumor (e não da biópsia estereotáxica que resultou no diagnóstico inicial de neurocitoma central).  Material recebido a fresco foi amostrado como pequenos fragmentos, fixados imediatamente em líquido de Karnovsky.  Após algumas horas, estes foram recortados sob lupa a cerca de 1 mm3 para ulterior processamento.  Como a fixação foi rápida e no meio ideal, a preservação da ultraestrutura foi satisfatória, permitindo boa visualização de organelas, membranas e sinapses.  O estudo revela a enorme complexidade do tumor, que se assemelha notavelmente ao tecido nervoso normal. 
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Destaques  da  microscopia eletrônica. 
Neurônios  Sinapses axossomáticas  Retículo endoplasmático rugoso
Rosetas de ribossomos  Mitocôndrias  Vesículas secretoras 
Dendritos  Axônios mielínicos  Neurópilo, sinapses axodendríticas
Astrócitos Corpos granulosos Capilar
Destaques  do esfregaço, parafina HE, colorações especiais, imunohistoquímica. Parte de neurocitoma central.
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Neurônios.   Neurônios são as células mais  facilmente identificáveis em microscopia eletrônica, por características superponíveis às já comentadas em microscopia óptica. Ver HE, LFB-Nissl e imunohistoquímica.
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Neurônios. 

Esta grande célula é facilmente reconhecível como neurônio com base em seu núcleo ovalado, nucléolo eletrodenso, redondo e proeminente, cromatina frouxa, e amplo citoplasma de limites nítidos. Este faz contato em toda sua volta com perfis de outras células, cuja natureza nem sempre é óbvia. Algumas são sinapses axossomáticas, detalhadas em outros quadros.  No citoplasma abundante há mitocôndrias, ribossomos livres, retículo endoplasmático rugoso (RER) (correspondendo aos corpúsculos de Nissl), microtúbulos e filamentos intermediários (neurofilamentos). 

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Comparação  de um neurônio em ME com células de aparência equivalente em microscopia óptica.  A cromatina, bem distribuída em ME, é mais esgarçada ou filamentosa em MO, provavelmente por artefatos de retração devidos à inclusão em parafina. Chama a atenção o nucléolo compacto, semelhante em MO e ME. O citoplasma abundante e de limites nítidos demonstra organelas em ME que não são individualizáveis em MO, exceto, por vezes, o retículo endoplasmático rugoso (RER). Este corresponde aos corpúsculos de Nissl e aparece como finos grânulos basófilos (arroxeados ou azulados) em HE e LFB. Para mais detalhes da MO, clique. 
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Outro neurônio volumoso 

com citoplasma abundante e limites nítidos com células vizinhas. A imagem à direita do nucléolo e de tamanho semelhante ao dele pode corresponder a uma pseudoinclusão intranuclear. Para exemplos em HE e VIM, clique.  No citoplasma, mitocôndrias, RER e filamentos. 

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Outro neurônio. 

Este menor que os anteriores.  Citoplasma bem delimitado, rico em perfis do RER, ribossomos livres ou em rosetas, e mitocôndrias tumefeitas.  Em torno e em íntimo contato com o corpo do neurônio, há numerosos perfis arredondados e irregulares de prolongamentos celulares. O conjunto deles é conhecido como neurópilo, e é essencialmente semelhante ao observado no córtex cerebral normal

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Pequeno neurônio rico em mitocôndrias. 
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Neurônio multinucleado. 

Neurônios multinucleados eram comuns neste ganglioglioma, como em outros já postados no site. São mais fáceis de identificar em microscopia óptica porque os cortes são mais espessos. Ver exemplos em HE e LFB.  Na célula ao lado, é possível notar três núcleos, um deles com nucléolo. As organelas e características do citoplasma são as mesmas que para os neurônios mononucleados. 

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Sinapses axossomáticas.  Sinapses são identificáveis em microscopia eletrônica pela eletrodensidade das membranas em contato. A grande maioria das sinapses são axodendríticas (entre um terminal axonal e um dendrito) ou axossomáticas (entre um terminal axonal e o corpo celular de um neurônio).  As axodendríticas são demonstradas em outra página. Aqui mostramos algumas axossomáticas. O corpo celular do neurônio é facilmente identificável pela presença de ribossomos. O terminal axonal pode conter vesículas sinápticas, geralmente do tipo claro (que contêm acetilcolina) e que podem formar aglomerados junto à densidade sináptica.  A existência de vesículas é responsável pela positividade da reação imunohistoquímica para sinaptofisina em torno dos corpos celulares dos neurônios. Estes são geralmente negativos para esta proteína participante das vesículas sinápticas. 
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Correlação 

entre imunohistoquímica e microscopia eletrônica. A  positividade para sinaptofisina (SNF), uma proteína associada a vesículas sinápticas (para breve texto, clique) concentra-se na periferia dos corpos celulares dos neurônios, onde ocorrem as sinapses axossomáticas. O citoplasma neste exemplo é negativo. 

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Retículo endoplasmático  rugoso.   O retículo endoplasmático rugoso (RER) é uma organela abundante no citoplasma de muitos neurônios. O encontro de RER praticamente define a célula como neurônio. Local da síntese proteica, é tanto mais proeminente quanto maior o corpo celular e mais longo o axônio.  Aqui vemos vários exemplos de cisternas do RER pontilhadas de ribossomos na face citoplasmática da cisterna. As proteínas sintetizadas caem na luz da cisterna e são daí dirigidas ao complexo de Golgi para ulterior processamento e destino.  O RER é visualizado em microscopia óptica na forma de corpúsculos de Nissl, que aparecem como manchas roxas no citoplasma, coradas pela hematoxilina em HE e por cresil violeta no LFB - Nissl. 
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Ribossomos livres e em rosetas.   Os ribossomos não associados a cisternas do retículo endoplasmático rugoso ficam livres no citoplasma ou, freqüentemente, formando agrupamentos circulares ou espirais de várias unidades, conhecidas como rosetas de ribossomos (ribosomal rosettes, em inglês). Isto ocorre porque ribossomos se ligam a uma mesma molécula de RNA mensageiro (mRNA) e a transcrevem simultaneamente. O vínculo dos ribossomos com a mesma molécula é que os agrupa em rosetas ou espirais. São de observação comum no citoplasma neuronal.  É importante lembrar que ribossomos ou o retículo endoplasmático rugoso só  existem no corpo celular ou em dendritos, e nunca são encontrados em axônios ou terminais axonais. O encontro de ribossomos em um perfil é suficiente para excluir que pertença a um axônio. 
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Mitocôndrias.  Variam em forma e volume em diferentes neurônios. Na maioria estão tumefeitas e têm matriz eletrolucente devido a artefato de retardo da fixação, que leva a entrada de água dentro da organela por falência da cadeia respiratória. O problema é praticamente inevitável em material humano, que é necessariamente fixado por imersão. Fixação perfeita só se obtém por perfusão intravascular de fixador em animais vivos. 
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Vesículas secretoras. 

Vesículas secretoras de centro denso são observadas no citoplasma de alguns neurônios. Correspondem a proteínas sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso, concentradas no complexo de Golgi e destinadas a secreção pela célula. São análogas às observadas em adenomas da hipófise

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Agradecimentos.  Preparações de microscopia eletrônica pelas técnicas Marilúcia Ruggiero Martins e Mayara Rodrigues Linares Silva, Depto de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP.  Campinas, SP.
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Para mais imagens deste caso e página de resumo
TC, RM
Componente de ganglioglioma
Macro, esfregaço, parafina HE Colorações especiais Imunohistoquímica - GFAP, VIM.  IH - MAP2, NF
IH - cromogranina, SNF, tubulina, NeuN IH - CD34, Ki67, p53 Microscopia eletrônica - Neurônios. ME - dendritos, axônios, neurópilo, sinapses ME - astrócitos, corpos granulosos, capilar
Componente de neurocitoma central
HE GFAP, VIM.  NF, SNF, cromogranina MAP2, NeuN Nestina, CD34, Ki67, p53
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Sobre  gangliogliomas : textos  (1) (2) Características de imagem Outros casos :  Neuroimagem e neuropatologia
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Sobre neurocitoma central : textos (1) (2 Outros casos :  Neuroimagem e neuropatologia
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