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3. Microscopia eletrônica |
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Este material veio de outro serviço, fixado em formol a 10%. Para ME, foi refixado um pequeno fragmento em líquido de Karnovsky e tetróxido de ósmio e processado para inclusão em Araldite. Apesar do fixador inicial não ter sido o preconizado (líquido de Karnovsky), a preservação da ultraestrutura é aceitável. Atualmente consideramos que a rapidez da fixação é mais importante para a resultado final em ME do que o tipo de fixador, pois mesmo espécimes trazidos em formol comum a 10% não tamponado podem ser satisfatórios. As estruturas mais sensíveis são as mitocôndrias, que sofrem tumefação aguda ('explosão') se a fixação não for imediata. Membranas celulares, cromatina nuclear, filamentos intermediários e junções intercelulares resistem melhor. |
Epitélio.
Formado por camada única de longas células prismáticas, com núcleos basais. O citoplasma está situado também predominantemente na região basal da célula. No ápice há glóbulos de material mucóide (glicosaminoglicanas, proteoglicanas) parcialmente separados por membranas do retículo endoplasmático liso. As células apoiam-se sobre uma membrana basal e tecido conjuntivo rico em fibras colágenas orientadas em várias direções. |
Os núcleos dispõem-se em várias alturas, são ovalados e, freqüentemente, contêm pseudoinclusões. |
Na porção apical do citoplasma, rico em muco, observam-se cintas de adesão e microvilos. |
Cortes transversais pela superfície do epitélio, revelando contornos celulares poligonais, freqüentemente hexagonais, com ângulos arredondados. O espaço extracelular é escasso e atravessado por junções intercelulares do tipo desmossomo. |
Comparação
entre microscopia eletrônica e reação imunohistoquímica para AE1AE3. As orlas marcadas para citoqueratinas, que delimitam as células, correspondem às finas margens periféricas de citoplasma, que contêm filamentos intermediários. A parte central com muco não se marca. |
Desmossomos.
As células epiteliais que compõem o cisto neuroentérico estão soldadas umas às outras por dois tipos de junção: as cintas de adesão na porção apical (abaixo), e ligações pontuais do tipo desmossomo distribuídos irregularmente pelas paredes laterais das células. Desmossomos lembram rebites que unem as membranas plasmáticas de células vizinhas. Estão espaçados uns dos outros por longos trechos de membrana sem complexos juncionais. |
Desmossomos unem
células entre si através de proteínas de adesão
da classe das cadherinas.
Hemidesmossomos ancoram as porções basais da célula à membrana basal do epitélio através de proteínas de adesão da classe das integrinas. |
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Para exemplos em um craniofaringioma, clique). |
Num desmossomo, a adesão entre células é mediada por proteínas transmembrana do tipo cadherina (desmogleína e desmocolina). No interior da célula as cadherinas estão ancoradas a uma complexa placa de outras proteínas, que incluem a placoglobina e a placofilina. Filamentos intermediários do citoesqueleto (no caso queratinas, por se tratar de células epiteliais) inserem-se na placa de ancoragem por ainda outra proteína, a desmoplaquina. |
Esquema simplificado de um desmossomo. | |
Moléculas de caderina C, que fazem adesão intercelular em desmossomos. |
Cintas de adesão (adhesion belts, zonulae adherentes) são junções situadas próximas à extremidade apical de células epiteliais, que unem células vizinhas ao longo de toda a superfície de contato (ao contrário dos desmossomos, que são junções pontuais). Há freqüentemente desmossomos associados às cintas de adesão. |
Esquema simplificado de cintas de adesão. |
Cintas
de adesão têm
dois componentes:
a) um feixe de filamentos de actina que circunda o ápice de cada célula correndo logo abaixo da membrana; e b) proteínas de adesão (cadherinas) que atravessam a membrana plasmática. Na porção intracelular ligam-se à actina via outras proteínas (cateninas). Na porção extracelular interagem com as cadherinas da célula vizinha à maneira de um fecho velcro, propiciando adesão. |
Microvilos,
glicocálice.
A superfície apical das células epiteliais está decorada por microvilos, que são projeções curtas de citoplasma, suportadas por um citoesqueleto de filamentos de actina. A superfície deles é revestida por delicados filamentos glicoproteicos que constituem o glicocálice. |
Pseudoinclusões
intranucleares.
O contorno convoluto da membrana nuclear (carioteca) das células epiteliais propicia a introjeção de lingüetas de citoplasma que, em certos planos de corte, simulam situar-se no interior do núcleo. Contudo, a observação de elementos claramente citoplasmáticos, como retículo endoplasmático rugoso, revela a real natureza destas estruturas. |
Célula
neuroendócrina.
Esta diminuta célula apoiada diretamente na membrana basal do epitélio poderia passar despercebida, não fosse pelos seus grânulos de neurosecreção fortemente eletrodensos. Muito menor que as células cilíndricas do epitélio mucoso, lança seus produtos diretamente na corrente circulatória, como outras células endócrinas. |
O encontro de células neuroendócrinas enfatiza o caráter organóide do cisto neuroentérico, que demonstra diferenciação em tipos de células, como em epitélios secretores normais, do trato respiratório ou digestivo. |
Caso do Serviço de Neurocirurgia do Hospital Centro Médico de Campinas, gentilmente contribuído pelos Drs. Antonio Augusto Roth Vargas, Marcelo Senna Xavier de Lima, Paulo Roland Kaleff e residentes. Campinas, SP. |
Para mais imagens deste caso: | TC, RM | HE, colorações especiais | IH |
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