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1a - Ganglioglioma - Macro, HE |
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Recebidos 3 fragmentos: um de forma aproximadamente triangular, pardo-acinzentado, aspecto hidratado e gelatinoso, correspondia ao ganglioglioma examinado abaixo. Os outros dois eram de córtex cerebral e substância branca, e mostraram áreas de córtex displásico limítrofes ao tumor, continuando-se com córtex de aspecto normal (páginas seguintes). |
Presumimos que a
área da lesão, que aparece com ausência de sinal neste
corte coronal pesado em T1 (IR), corresponda ao ganglioglioma obtido por
lesionectomia. A natureza altamente hidratada do ganglioglioma examinado
histologicamente correlaciona-se com o hiposinal em T1 e hipersinal em
T2 e FLAIR.
Áreas próximas apresentavam displasia cortical. |
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Na lâmina em HE ficava evidente, já neste aumento panorâmico, a estrutura frouxa, heterogênea e trabeculada do tumor, constituído basicamente por astrócitos que reagiam fortemente para GFAP. A virtual negatividade para neurofilamento (NF) ilustrava a pobreza em neurônios, encontrados só muito esparsamente (ver IH), exceto na área que aparece mais escura (em cima, na foto). A mesma área mostrava reatividade para CD34, também notada, com maior intensidade, no córtex displásico. |
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Aspecto geral. No fragmento de ganglioglioma não havia córtex. Este era encontrado nos outros fragmentos e mostrava em parte aspecto displásico, particularmente na área em continuidade com o tumor. | |
Em pequeno aumento, a maior parte do tumor era constituída de tecido astrocitário frouxo, lembrando um astrocitoma de baixo grau de padrão protoplasmático. |
Área mais frouxa. Este tecido, que constituía a maior parte do tumor, era formado por astrócitos neoplásicos de prolongamentos curtos (aspecto protoplasmático), ancorados em rica rede vascular e separados por espaço extracelular abundante. Este mostrava-se preenchido em parte por material levemente basófilo, chegando a formar pequenos cistos (padrão protoplasmático com degeneração microcística, semelhante ao observado em astrocitomas pilocíticos (1) (2), e em alguns astrocitomas difusos de baixo grau). | |
Neurônios. Células com aspecto morfológico de neurônios eram encontrados com dificuldade em HE, mas mais facilmente com imunohistoquímica para NF. Num exame superficial passariam facilmente despercebidas, convidando a um diagnóstico de astrocitoma difuso de baixo grau, ou um astrocitoma pilocítico. | |
Importância da correlação com neuroimagem. Contudo, à luz dos dados de RM, nenhum dos dois diagnósticos acima se sustenta. Astrocitomas pilocíticos impregnam-se fortemente por contraste, o que não ocorria neste caso. Astrocitomas difusos são tumores mal delimitados e esta lesão tinha limites precisos, tanto na imagem como na peça. O encontro dos neurônios, embora esparsos, aponta para o diagnóstico correto, qual seja, de um ganglioglioma, o que é apoiado pela coexistência de displasia cortical no tecido próximo (demonstrada em outra página). |
Transição entre áreas frouxa e compacta. | |
Área mais compacta. Aqui, o tecido neoplásico era mais densamente celular e fibrilar, com células de aspecto neuronal mais facilmente identificáveis. Mais detalhes em IH. | |
Corpos hialinos. Eram encontrados principalmente nas áreas frouxas. Apareciam como gotículas de material homogêneo e eosinófilo, de natureza proteica, entre as células tumorais. O encontro de corpos hialinos ou hialinos granulosos sempre deve alertar para a natureza benigna da neoplasia. | |
Para mais imagens deste caso: | ||
RM | Ganglioglioma - IH | Córtex displásico, HE |
Córtex displásico, IH: VIM, CD34 | Córtex displásico, IH: GFAP, NSE, NF, SNF | Córtex normal, HE |
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